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Foto do escritorCletus Vinícius

Inventário de Bens: Como Funciona?

Atualizado: 23 de out.

O inventário de bens é um processo jurídico essencial, que surge quando alguém falece e é necessário organizar e dividir o patrimônio deixado entre os herdeiros.


Esse procedimento, que muitas vezes pode parecer complexo e desgastante, tem como objetivo garantir que os bens sejam corretamente distribuídos, de acordo com a vontade do falecido (quando existe um testamento) ou seguindo as diretrizes estabelecidas pela legislação vigente. Além disso, o inventário também visa regularizar a situação dos bens perante o Estado, garantindo que todos os tributos sejam devidamente pagos.


Vamos explorar em detalhes como funciona esse processo e quais são os principais passos a serem seguidos.



Quando o inventário é necessário?


O inventário se torna necessário sempre que uma pessoa falece e deixa bens e direitos a serem transmitidos aos seus herdeiros. Isso inclui:

  • Bens móveis: veículos e dinheiro em contas bancárias;

  • Direitos: processos, precatórios, indenizações;

  • Bens imóveis: casas e terrenos.


No entanto, mesmo que a pessoa falecida não possua bens materiais significativos, o inventário pode ser exigido para a regularização de dívidas ou de direitos relacionados a contratos.


Outro ponto importante a ser considerado é o prazo para a abertura do inventário. De acordo com o Código de Processo Civil, o prazo legal para iniciar o processo é de até 60 dias após o falecimento. O não cumprimento desse prazo pode resultar em multa sobre o valor dos bens, o que aumenta a carga financeira sobre os herdeiros. Portanto, é fundamental que, diante de um óbito, os familiares estejam atentos a essa obrigação legal.


Tipos de Inventário: Judicial e Extrajudicial


Existem duas formas principais de realizar o inventário: o inventário judicial e o inventário extrajudicial. A escolha de um ou de outro depende de diversos fatores, como a existência de testamento, o consenso entre os herdeiros e a complexidade da causa.


O inventário judicial é o procedimento que ocorre no âmbito do Poder Judiciário. Essa modalidade deve ser seguida quando não existir consenso entre os herdeiros ou quando for indicada por um especialista. É uma opção para aqueles que têm uma questão mais complexa a resolver, sendo uma solução mais lenta e burocrática.


O inventário extrajudicial é uma opção para aqueles que desejam uma solução mais ágil e menos burocrática. Essa modalidade atende quando há concordância entre todos os herdeiros sobre a partilha


Quais são as etapas do inventário?


O processo de inventário segue uma sequência de etapas que, embora possam variar em complexidade dependendo do tipo de inventário escolhido, geralmente incluem os seguintes passos:

  1. Nomeação do inventariante: O inventariante é a pessoa responsável por administrar os bens deixados pelo falecido até que a partilha seja concluída. Ele pode ser nomeado por consenso entre os herdeiros ou, no caso de disputas, designado pelo juiz. O inventariante tem o dever de zelar pelos bens, pagar as dívidas do espólio (se houver) e prestar contas de sua administração.

  2. Levantamento dos bens e dívidas: O próximo passo é identificar todos os bens que compõem o patrimônio do falecido, incluindo imóveis, veículos, dinheiro, investimentos e outros ativos. Além disso, é necessário verificar se há dívidas pendentes, que devem ser quitadas antes da partilha. Essa etapa é fundamental para que os herdeiros tenham uma visão clara do montante a ser dividido e das responsabilidades financeiras que precisam ser assumidas.

  3. Avaliação dos bens: Em alguns casos, é preciso contratar um perito para avaliar o valor de mercado dos bens deixados pelo falecido. Essa avaliação serve de base para o cálculo do ITCMD e para a divisão dos bens entre os herdeiros de forma justa e proporcional. A correta avaliação é crucial para evitar litígios futuros e garantir que nenhum herdeiro se sinta prejudicado.

  4. Cálculo e pagamento dos impostos: O ITCMD é o tributo que incide sobre a transferência de bens em casos de herança e doação. O valor desse imposto varia de estado para estado e é calculado com base no valor total do patrimônio. Após o pagamento desse imposto, o inventariante deve apresentar o comprovante ao cartório ou ao juiz, a fim de que o processo prossiga para as etapas finais.

  5. Partilha dos bens: Uma vez quitadas as dívidas e pagos os impostos, os bens podem ser formalmente partilhados entre os herdeiros. A partilha pode ser amigável, quando todos os herdeiros concordam com a divisão, ou litigiosa, quando há divergências que precisam ser resolvidas judicialmente. Após a partilha, cada herdeiro recebe a sua fração do patrimônio e pode proceder à transferência dos bens para o seu nome.


Quanto tempo demora o processo de inventário?


A duração do processo de inventário pode variar consideravelmente, dependendo de fatores como a complexidade do patrimônio, a existência de testamento, o consenso entre os herdeiros e o tipo de inventário escolhido. No caso do inventário judicial, o processo pode se estender por vários meses ou até anos, especialmente se houver disputas entre os herdeiros ou se o espólio incluir bens de difícil avaliação.


Por outro lado, o inventário extrajudicial tende a ser muito mais rápido, podendo ser concluído em questão de semanas, desde que todos os requisitos estejam em ordem e os herdeiros estejam de acordo. A agilidade desse processo é uma grande vantagem, mas é importante que todas as etapas sejam cumpridas corretamente para evitar problemas futuros.


Ou seja...


O inventário de bens é um processo necessário para garantir que o patrimônio de uma pessoa falecida seja distribuído de forma justa e legal entre seus herdeiros. Embora possa parecer complexo, especialmente em momentos de luto, é um procedimento fundamental para regularizar a situação dos bens e evitar conflitos familiares.


Ao seguir as etapas do inventário de maneira diligente e com o auxílio de profissionais especializados, é possível garantir que o processo seja concluído de forma eficiente e que todos os envolvidos sejam devidamente amparados em seus direitos.


Assim, conhecer como funciona o inventário de bens é o primeiro passo para enfrentar essa etapa com tranquilidade e segurança, sabendo que, ao final, a memória do ente querido será respeitada e o patrimônio, preservado.

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